quarta-feira, maio 24

A imprensa catarina e a farra

(Cacau Menezes, DC,16/abr/06)
"E o boizinho que morre sem ver a luz do sol, esse ninguém tenta proteger? Ou a galinha que não sabe o que é noite? Para matar um boi, primeiro se dá um disparo na testa com uma pistola de ar comprimido. O tiro deixa o animal desacordado por alguns minutos. Ele, então, é erguido por uma pata traseira e tem a garganta cortada.
Tem que ser sangrado vivo, para que o sangue seja bombeado para fora do corpo, evitando a proliferação de microorganismos. Só que a maioria não conhece este sistema de abate de animais fora dos abatedouros. (...)
Os porcos têm destino semelhante: o atordoamento é feito com um choque elétrico na cabeça e ele é jogado num tanque de água fervendo, para facilitar a retirada dos pêlos. É pendurado de cabeça para baixo e sangrado pelo pescoço no sentido vertical ainda vivo. A morte é lenta e agonizante.
As galinhas são presas numa esteira rolante que passa sob um eletrodo. O choque desacorda a ave e, em seguida, uma lâmina corta o seu pescoço. (...)
Por isso, meu amigo, ao ler carta de algum haole criticando Santa Catarina por causa da condenada farra do boi, saiba que, a não ser que seja um vegetariano, você está diante de um hipócrita cínico, desinformado e preconceituoso. Passe longe!"
Na época própria (a Semana Santa), a farra-do-boi invade os jornais impressos, os telejornais, os programas populares da tevê e do rádio. São comuns as manifestações de pessoas de outros estados, de turistas que à epoca visitam Santa Catarina, contra a farra e na defesa dos animais.
De uma forma geral, o catarinense se sente diminuído e acuado em relação às críticas, fundamentadas invariavelmente no dever que os humanos têm de zelar pelo bem estar dos animais e/ou no direito dos animais, conforme a Declaração Universal dos Direitos dos Animais, da Unesco.
O exemplo acima, extraído da coluna que o jornalista Cacau Menezes, do Diário Catarinense, é uma tentativa de justificar a prática, de mostrar que a crítica é hipócrita, interessada e despropositada.
Muitas ONGs se engajaram no combate à farra e a internet tem sido uma ferramenta eficaz na popularização dos argumentos contrários à prática, através de e-mails (spans), vídeos, fotos, artigos, livros, etc. E assim, os defensores dos animais vêm conseguindo mobilizar a opinião pública contra a farra.

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